Escola Municipal de Educação Infantil "PROFª IVONNE DOS SANTOS DIAS" Bragança Paulista - SP

sexta-feira, 22 de abril de 2011

PROJETO SENSAÇÕES - A APRENDIZAGEM A PARTIR DAS VIVÊNCIAS.

"Um corpo se constrói junto com a personalidade. Nossos sentidos participam dessa construção.” André Trindade.
Um pátio vazio!
Um pátio frio!
Um pátio sem ruído!
Um pátio sem ‘sujeira’!
... um pátio vazio.
Vazio e frio em sua aridez educativa, em sua pouca mobilidade e possibilidades.
Se o ambiente for mesmo (e acredito que o seja) o terceiro educador, o que dirá um pátio assim?
É preciso que esse lugar se ‘aqueça’, se encha. É preciso que provoque. É preciso que estimule.
Ao pensar em reaprender a olhar as possibilidades educativas, o espaço da escola surge como uma problemática a ser considerada e rotineiramente revista.
Surgiu-me então a ideia de trabalhar os espaços envolvendo a problemática sensorial.
Parto para tanto de algumas indagações:
O que pretendo despertar nas crianças a partir do ambiente espacial que vivenciam na escola?
O que os espaços e sua organização têm a oferecer enquanto educador na Educação Infantil?
Desde já surgem várias respostas às essas indagações, mas baixando um pouco as expectativas de aprendizagem muito amplas, preferi e, ainda prefiro ficar no nível sensorial de crianças de 4-5 anos e procurar descobrir sua leitura de mundo através de suas observações a respeito do espaço vivido.
Como trabalho (e que trabalho me espera!) venho com o objetivo de causar-lhes estranhezas sensoriais e com isso despertar-lhes a motivação e a curiosidade em descobrir o espaço geográfico onde estão inseridos para além do que a visão lhes mostra, ou seja, fechar os olhos, mas deixar a mente aberta.
Assim, com e para eles, buscarei e criarei situações em que a escola se tornará um espaço de sensações.
O gatilho para esse trabalho já foi dado e várias discussões a respeito do ser humano já estão ocorrendo.
Na sequência de fotos, exponho imagens que abrem um leque de possibilidades didáticas que merecem atenção, mas como o foco principal será a ação de dar-lhes voz e vez, talvez seja necessário ajustar e/ou criar novos estímulos.
Com certeza será fabuloso o resultado dessas vivências, nas quais a criança terá muita VOZ.
Professora Débora
Infantil IV-B

sábado, 9 de abril de 2011

Educação Indígena

O que (não) fazer no Dia do Índio

Na data em homenagem aos primeiros habitantes do Brasil, uma série de estereótipos e preconceitos costuma invadir a sala de aula. Saiba como evitá-los e confira algumas propostas de especialistas de quais conteúdos trabalhar

Ricardo Ampudia (novaescola@atleitor.com.br)

Mais sobre Educação Indígena

O Dia do Índio é comemorado em 19 de abril no Brasil para lembrar a data histórica de 1940, quando se deu o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. O evento quase fracassou nos dias de abertura, mas teve sucesso no dia 19, assim que as lideranças indígenas deixaram a desconfiança e o medo de lado e apareceram para discutir seus direitos, em um encontro marcante.

Por ocasião da data, é comum encontrar nas escolas comemorações com fantasias, crianças pintadas, música e atividades culturais. No entanto, especialistas questionam a maneira como algumas dessas práticas são conduzidas e afirmam que, além de reproduzir antigos preconceitos e estereótipos, não geram aprendizagem alguma. "O índigena trabalhado em sala de aula hoje é, muitas vezes, aquele indígena de 1500 e parece que ele só se mantém índio se permanecer daquele modo. É preciso mostrar que o índio é contemporâneo e tem os mesmos direitos que muitos de nós, 'brancos'", diz a coordenadora de Educação Indígena no Acre, Maria do Socorro de Oliveira.

Saiba o que fazer e o que não fazer no Dia do Índio:

1. Não use o Dia do Índio para mitificar a figura do indígena, com atividades que incluam vestir as crianças com cocares ou pintá-las.

Faça uma discussão sobre a cultura indígena usando fotos, vídeos, música e a vasta literatura de contos indígenas. "Ser índio não é estar nu ou pintado, não é algo que se veste. A cultura indígena faz parte da essência da pessoa. Não se deixa de ser índio por viver na sociedade contemporânea", explica a antropóloga Majoí Gongora, do Instituto Socioambiental.

2. Não reproduza preconceitos em sala de aula, mostrando o indígena como um ser à parte da sociedade ocidental, que anda nu pela mata e vive da caça de animais selvagens

Mostre aos alunos que os povos indígenas não vivem mais como em 1500. Hoje, muitos têm acesso à tecnologia, à universidade e a tudo o que a cidade proporciona. Nem por isso deixam de ser indígenas e de preservar a cultura e os costumes.

3. Não represente o índio com uma gravura de livro, ou um tupinambá do século 14

Sempre recorra a exemplos reais e explique qual é a etnia, a língua falada, o local e os costumes. Explique que o Brasil tem cerca de 230 povos indígenas, que falam cerca de 180 línguas. Cada etnia tem sua identidade, rituais, modo de vestir e de se organizar. Não se prenda a uma etnia. Fale, por exemplo, dos Ashinkas, que têm ligação com o império Inca; dos povos não-contatados e dos Pankararu, que vivem na Zona Sul de São Paulo.

4. Não faça do 19 de abril o único dia do índio na escola

A Lei 11.645/08 inclui a cultura indígena no currículo escolar brasileiro. Por que não incluir no planejamento de História, de Língua Portuguesa e de Geografia discussões e atividades sobre a cultura indígena, ao longo do ano todo? Procure material de referência e elabore aulas que proponham uma discussão sobre cultura indígena ou sobre elementos que a emprestou à nossa vida, seja na língua, na alimentação, na arte ou na medicina.

5. Não tente reproduzir as casas e aldeias de maneira simplificada, com maquetes de ocas

"Oca" é uma palavra tupi, que não se aplica a outros povos. O formato de cada habitação varia de acordo com a etnia e diz respeito ao seu modo de organização social. Prefira mostrar fotos ou vídeos.


6. Não utilize a figura do índio só para discussões sobre como o homem branco influencia suas vidas

Debata sobre o que podemos aprender com esses povos. Em relação à sustentabilidade, por exemplo, como poderíamos aprender a nos sentir parte da terra e a cuidar melhor dela, tal como fazem e valorizam as sociedades indígenas?

Fonte: Revista Nova Escola - Publicado em ABRIL 2011